17 novembro 2005

Num só tempo


Para nos sentirmos algo definitivo, temos que gerar a nossa visão interna do espaço vazio para sabermos como preenchê-lo. Não é urgente, pode ser feito num só tempo, que se exclui da hora, do minuto, do dia ou da noite... E a dureza que há no rosto do mundo, que nos faz rodopiar na incerteza do que poderá eventualmente acontecer, não será ela também um desengano? Quem poderá designar essa ordem, esse pedido, esse desejo? Dizem que o destino não é traçado por nós, nem, a cada momento que passa, é alterado por ninguém. Deve ser mais uma das palavras que aparecem no dicionário para sermos enganados, mais uma vez, pelo tempo. É como a saudade... Fica sob a forma de aperto entre o estômago e a garganta, ficando o alívio. É-nos devolvido o que nunca se perdeu.... Somos um produto do tempo mal contado, saindo dos ponteiros do relógio que há muito tempo andaram ao contrário... Este texto fica sem fim, porque arrisca-se a desrespeitar a lei do tempo!