22 novembro 2005

Vamos voar?


Quem te faz lembrar o velho que atravessa o jardim? Lembranças esquecidas elevam-se na voz da chuva para descer sobre todos. O sol esqueceu-se de brilhar para me secar a roupa encharcada.
É no rodopio das sensações que me instalo no escuro, ao fogo da lareira, ouvindo a música que prolifera nas suas vibrações dentro da minha mente.
A cor das chamas que ondulam, chamam a si os espíritos que me habitam e o nada transforma-se em calor...
Chamo a mim o sonho de que tanto gosto, que me faz acreditar que posso voar e sentir o ar fugir dos meus pulmões.
Na sombra da água existe algo que me puxa e no pânico, a derrota espreita sem esperar pela luta. É mais um turbilhão da relação entre os elementos. Sempre o mesmo conflito que me repela dos outros num gesto que não reconheço...
Como descobrir a chave que revela o mundo que vejo no espelho?
Eu sei princesa, as rosas brotam do teu sorriso e a sua beleza já não está contigo e nada mais tem a ver comigo...