03 julho 2006

Gotas de chuva


A escuridão urge de longe, no horizonte, envolvendo os transeuntes que passam na rua sem me verem.
Tenho os braços dobrados no peitoril da janela e sigo, com atenção, o trilho deixado pelas últimas gotas de chuva.
Encosto a testa ao vidro gelado e sorrio perante o arrepio que corre o meu corpo, desde a nuca até aos dedos dos pés.
As sensações artropelam-se, o batimento do coração acelera e sinto a vontade inebriante de sair para a rua, sem pudor nem vergonha, para gritar a plenos pulmões as delícias que elas me provocam e voltar para casa como se nada fosse mais extraordinário.
É tudo uma loucura aquilo que me faz sorrir; as coisas em que ninguém quer reparar.

2 Comments:

Blogger Marco said...

Podias sorrir com outras coisas que não a chuva... ;) Beijinhos

08:59  
Anonymous Anónimo said...

E pena que se possa perder e apagar os sentimentos com a mesma facilidade com a chuva desce a estrada de vidas perdidas ...

00:42  

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