É do silêncio que tenho medo.
Hoje de manhã fechei os olhos com força, soprei a areia que tinha na mão e pensei na poeira e no fumo do durante.
O papão dos pesadelos de infância transformaram-se nos carrascos das nossas mães e dos nossos irmãos.
Depois dos dias de sol, todos fomos transformados em bestas.
Eramos os animais, feridos e mortos sem rosto. Fomos desfigurados pelo terror e pela esperança conquistada ao sabor amargo do desejo de vingança. E dava-lhes mais prazer do que quando estavam com as putas do sítio a que chamam o bairro deles...
Sobrevivemos à dor.Sobrevivemos à humilhação.
Escapámos aos ataques constantes dos de fora.
Agora, passaram-se anos e anos e a memória continua em carne viva. A ferida abre-se constantemente no silêncio que vem quebrar a ilusão de que tudo está bem.
É do silêncio que tenho medo.
Traz-me o cheiro de carne a queimar, a carne dos meus.
Os meus que nunca conseguiram transpor o muro.
O muro que lhes gritava liberdade.
A liberdade que conquistei à custa dos seus gritos, dos seus olhares perdidos, do medo e da angústia, da súplica das suas lágrimas para eu não partir.
Mas eu queria partir, para lhes trazer o pão que imploravam no escuro... E tudo partiu na estúpida explosão de cólera, de cinzas e fantasmas de outros.
Todos os cantos do mundo se inclinaram para os receber no momento em que o fim estava iminente, mas ninguém mais se lembrou do sol do antes...
1 Comments:
Existem dias que uma pessoa de manhã mais valia não se levantar à noite. O medo do respeito do orgulho da coragem emociona como a chuva a cair em cima do sol estrelado pelas nuvens da madrugada do breu da noite. O uivo do pássaro que urra ao pôr-do-nascer-do-sol é arrepiante de uma forma alegre, bonita e horripilante, que se entranha no sangue dos glóbulos das plaquetas e trepa pelas montanhas dos vales que habitam nas planícies mais obscuras no meio da claridade... Tenho medo e tenho coragem. Coragem de ter medo e medo de ter coragem. Medo de ter medo e coragem por ter coragem. Sei que nada sei mas sei que sou quem nunca saberei ser por nada saber ou saber que nada sei. Alegro-me porque estou triste e entristeço-me com a minha própria felicidade que depende dos outros e da sua própria tristeza resultante da sua própria felicidade.
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