27 setembro 2006

Os meus elementos


Nas estrelas, no oceano, na montanha, em todo o sonho que nos envolve, há alguém que nos chama num sussuro que só é perceptível aos ouvidos dos que parecem felizes e escondem por trás dos seus rostos vazios a neblina que os cega.
Através dos tempos, a contar de algures na memória dos antepassados longíquos, há mensagens que fluem por todos os elementos. Pela água correm os seres invisíveis que tornam refrescante o sorriso que, como uma corrente, é iluminado pelo fogo que nasce do bem e do mal. Com o fogo flui o ar galopante beijando docemente a essência da vida que brota da terra para que tudo se reflicta em nós...
Nós somos a passagem de todos os sentimentos que não podem ser transpirados pelos elementos e tudo o que fazemos, todas as nossas necessidades são passadas pelo fio condutor de que somos feitos.
A noção de perda, de vertigem e de medo são a atracção exercida por elas quando existe saturação, quando naquele momento já não há espaço para a libertação. No entanto, a alegria, o amor e a tranquilidade são a deslocação dos elementos entre si, comunicando com todo o envolvente.
Não existe o fim, apenas o trilho para descobrir novas formas de chegar a outro lugar.

2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Gritos mudos... Olhares cegos... Ecos silenciosos... Janelas de Cimento... Portas de nevoeiro... Elevadores horizontais... Algodão de chumbo... A antítese da negação da contradição dos opostos é uma constante da vida, tão abstractamente concreta e vagamente indefinida com outra coisa qualquer. As memórias esquecidas... os lamentos alegres... os risos tristes... as lágrimas secas... o frio do calor e o calor do frio perseguem-nos em sentido contrário aos dois sentidos de uma autoestrada sem alcatrão nem terra batida onde os sapatos dos pés descalços percorrem quilómetros sem sair do mesmo sítio. Invulgar sentimento este cheio de vulgaridade!

18:04  
Anonymous Anónimo said...

Concordo com tudo o que ambos disseram. Ficando a olhar para o espelho vejo além daquilo que penso que sou. Uma infinidade de ideias chegam ao meu ser que, levantando-se, atinge o zénite do EU. Como costumo dizer, somos nada. E para o nada vamos

13:40  

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