23 outubro 2006

Renascer


Ao acordar, vi as marcas na poeira e o meu grito elevou-se ao mais alto infinito.

Os meus segredos escondem-se na redoma que me acolheu durante todos estes séculos em que hibernei e agora que os ventos mudaram, deixei o ninho como uma cria que deseja desafiar os céus e ando em busca de outros lugares onde possa voltar a escutar os ancestrais.

Vou pisando outros mundos e voo à deriva, enquanto não sei para onde devo seguir.
As minhas asas sabem os movimentos de cor e eu só tenho de reaprender a deixá-las ganhar vida para me deixar ir ao sabor da sua vontade.

É como se tivesse renascido, tanta coisa mudou...

Os barulhos, estranhos aos meus delicados ouvidos, já não transmitem a paz e o significado da abundância ficou perdido no tempo. O vazio e o nevoeiro surgem à minha frente e o que revivi nos meus sonhos, já não pertence a este mundo. Mas o sol ainda aparece por entre fendas.

Sinal de esperança...

Antes de adormecer, aquele que me deu a redoma avisou-me que o tempo de mudança estava a chegar e que, quando acordasse, estaria preparado para me treinar.

Ao renascer do entorpecimento, transfomei-me no corpo de uma criança que me ajudará a compreender melhor as mudanças do mundo enquanto não encontro o meu mestre.

Até lá...

2 Comments:

Blogger Ecojóias said...

Lindo!!

Um beijinho

02:16  
Anonymous Anónimo said...

Está mesmo muito bonito e em parte entendo o porquê de te ters lembrado de mim ao relê-lo. Um beijo com carinho.

22:25  

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