21 fevereiro 2008

Os amantes

Passaram por mim visões que marcaram a ferro e fogo a minha pele.
Conta minha alma, todos os segredos que não posso revelar, que me atormentam e não me deixam sonhar. Que me tiram o sopro da vida!
Segredos que me julgam sem direitos nem deveres, sem justiça nem poder.
A ti tos contarei no leito de morte para depois expulsar a vida e me entregar a ti.
Na espiral do movimento do meu espírito, vivi ventos, sentimentos e desgraças. Nos braços de ninguém me deixarei ficar depois de desfalecer, levando comigo um pedaço da tua carne.
Levei os estranhos seres a possuírem-me, gemendo, transpirando, sem noção dos traços que se apagavam da tua pele e criavam crateras no novo mundo.
Das crateras nasceu o fogo e torrentes de água transbordaram das suas pálpebras para se transformarem numa cortina de nevoeiro húmido e quente.
Acreditaram no sonho e assombraram os seus momentos de prazer. Suspiraram sobre o seio adormecido dos amantes, aspirando as fragrâncias de deleite que se soltavam dos seus corpos extasiados.
Perdi a consciência por entre as sedas e cetins da paixão e deixei-me morrer.

2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Bem chéri, não és a única, agente está cá é para aprender e... sinceramente, tenho medo de ainda não ter aprendido devidamente, estou na fase do "já percebi como se faz, mas ainda não consegui fazer". Estou à espera que o tempo traga novos tempos ;)

Entretanto passo horas, dias, no PC a fazer trabalhos, voltei à vida académica, vou ser uma desempregada altamente qualificada!!!

Arranja espaço para o mês que vem, temos o corte e costura para por em dia, e uma terceira aver rara, que não vemos há séculos que se quer juntar ao reencontro!

Um beijo grande ;)

01:49  
Anonymous Anónimo said...

Como eu te compreendo, quando decidi vender a alma ao diabo parece um caminho sem retorno onde o prazer da carne teima a tentar e não há forma de o calar a não ser fazer-lhe a vontade. Depois vem a dor na consciência ao inicio grande mas cada vez menos... cada vez menos até nos apercebermos que ela já nao existe.
No fim apenas percebemos que a única angústia é o segredo e o tempo onde não é possível pecar de novo.
Parar? Não! Parar é bem mais doloroso do que continuar a pecar e a ter de guardar segredos...

18:05  

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