24 julho 2006

Sensations


C'est mon inconscient qui parle quand je ne suis plus là...
C'est un nouveau monde qui parcoure le sol de mes pensées.
C'est un grain de soleil qui se pose sur mes lèvres et qui me chatouille.
Tout cela me donne le tournis.
Je m'envole et je sens le vent qui me coupe le souffle.
Tout transpire et ma peau éclate.
La chaleur m'emporte et je sens mes pieds soulever la poussière qui c'était épuisé sur moi.
Esprit, si tu es ici, pourquoi ne me répondent pas les sons que j’ai criés ?
Ils emportent le blé et lancent l’eau qui leur donne la vie.
Alors, que faire de nous, que faire de nos envies ?
Je ferme les yeux et j’attends ta réponse.
Viens à moi…
Je suis affaiblie, je suis vivante !

14 julho 2006

Prayer of the children


Um dia esta música tocou o fundo do meu coração e nunca mais a esqueci...

Can you hear the prayer of the children?

On bended knee, in the shadow of an unknown room
Empty eyes with no more tears to cry
Turning heavenward toward the light

Crying Jesus, help me
To see the morning light-of one more day
But if I should die before I wake,
I pray my soul to take

Can you feel the hearts of the children?
Aching for home, for something of their very own
Reaching hands, with nothing to hold on to,
But hope for a better day a better day

Crying Jesus, help me
To feel the love again in my own land
But if unknown roads lead away from home,
Give me loving arms, away from harm

Can you hear the voice of the children?
Softly pleading for silence in a shattered world?
Angry guns preach a gospel full of hate,
Blood of the innocent on their hands

Crying Jesus, help me
To feel the sun again upon my face,
For when darkness clears I know you're near,
Bringing peace again

Dali cujete sve djecje molitive? (Croatian translation: 'Can you hear all the children's prayers?') Can you hear the prayer of the children?

(clique no título)

07 julho 2006

Na sua voz se encontrou


A areia passava por entre os dedos do desconhecido, que, sentado na praia, observava o sol moribundo por entre as escuras nuvens.
Ele sabia que o viriam buscar, mais tarde ou mais cedo, mas queria saborear o momento falso de paz e tranquilidade, que há muito não sentia. Apetecia-lhe sorrir, mas esqueceu-se como.
As recordações misturam-se com a dor da expectativa do que o aguarda. Falta tão pouco tempo...
Este mundo é uma redoma de vidro, onde as gentes são controladas pela ilusão, que não sabem que estão rodeadas por um mundo antigo, cinzento e sem oxigénio; sinónimo de morte e destruição.
Ele é um guerreiro da tribo dos últimos índios da Península Agur (algures entre as antigas Espanha e França) e os seus conhecimentos desenham-se à volta das vozes que ficaram gravadas na memória dos tempos.
Levou uma vida solitária tentando chegar aos outros e chamá-los à revolta, mas os que o seguiam acabaram por morrer sob as armas de fogo dos vigilantes.
É um condenado a quem deixaram uns momentos de solidão para "pensar na vida e no que tinha feito".
Carrancudo e miserável, já não sentia nada. Seria uma morte abençoada, a única coisa abençoada neste mundo, que nunca foi o seu....
Deixa aos que sobreviverem ao cataclismo, a escolha de criar um novo mundo, neste ou noutro universo.
De súbito,vê, ao longe, uma sombra indistinta que se aproxima.... Quando consegue focar a vista cansada, vê materializar-se à sua frente uma criança de tenra idade. Estende as mãos para lhe tocar, só para ter a certeza de que a injecção não está a acelarar o efeito, mas ela impede-o com um olhar e começa a cantar, numa voz cristalina, o Cântico do seu povo.
Deita-se a seu lado e faz-lhe sinal para fazer o mesmo.
Enfeitiçado, o guerreiro deita-se e fecha os olhos. Ouve, encantado, a música que tinha abandonado os seus sonhos há tanto tempo.
Não se dá conta das horas que passam nem do tempo que muda.
Quando os outros aparecem para o vir buscar, encontram-no deitado com o sorriso mais puro e feliz que alguma vez tinha passado pelo rosto de cada um...
A morte do guerreiro foi um encontro suave com a vida perdida do seu povo.

03 julho 2006

Gotas de chuva


A escuridão urge de longe, no horizonte, envolvendo os transeuntes que passam na rua sem me verem.
Tenho os braços dobrados no peitoril da janela e sigo, com atenção, o trilho deixado pelas últimas gotas de chuva.
Encosto a testa ao vidro gelado e sorrio perante o arrepio que corre o meu corpo, desde a nuca até aos dedos dos pés.
As sensações artropelam-se, o batimento do coração acelera e sinto a vontade inebriante de sair para a rua, sem pudor nem vergonha, para gritar a plenos pulmões as delícias que elas me provocam e voltar para casa como se nada fosse mais extraordinário.
É tudo uma loucura aquilo que me faz sorrir; as coisas em que ninguém quer reparar.