31 maio 2008

À espera

Ele ouviu um som indefinido e breve...

Sem se aperceber, ficou parado no meio da rua, esperando, curioso, que o som voltasse a aflorar os seus sentidos.

Não voltou a ouvi-lo. Não havia urgência… Em breve esqueceria aquele destimbrado movimento de ar.

Mas o som voltou, assombrando os seus sonhos. Deu voltas e voltas, sem poder separar o que era realidade, sem conseguir pensar nem acordar.

Não percebeu a sua língua, nem porque o fez parar na rua sem mais ninguém se aperceber. Tentou descrevê-lo por palavras, mas o traço a carvão não o podia definir.

Voltou a ouvi-lo, desta vez mais pronunciado. Deixou-o entrar nos seus sonhos, sem receio. Expectante, tentando escutá-lo com atenção.

Ainda era cedo. Não se quis mostrar…

Foi paciente e foi tentando desenhar os seus movimentos, mas ficava indistinto a cada curva, a cada esboço. Decidiu dar-lhe tempo e deixar-se descobrir, para se aproximar e fazer parte de si.

É um lugar novo para desbravar, onde as entranhas da terra já se tinham acostumado a não serem revolvidas. Um lugar quase bravio, que tinha perdido o sentido das emoções, de receber e de dar.

25 maio 2008

Notre histoire


C’était toi et moi...
Les yeux vers l’horizont sans distance, sans regrets.
Les jambes nues balançant jusqu' au tomber du jour sur le tronc de l’arbre de l’autre côté de la maison, pendant qu’on partageait nos petits secrets... On en avait pleins !
On riait, on pleurait et on s’aimait.
Tu es, tu était et tu seras toujours ma meilleure amie, ma source de sagesse, mon miroir qui blesse pour me dire la verité.
Nous avons grandi...
Nos phantômes sont restés chez nous avec nos amours, nos angoisses, nos chagrains et, surtout, avec nos rires et nos rêves.
Ma soeur, ma complice à toujours, jamais je ne te laisserais abandonner mon âme et ma vie.
Nous y sommes, la main dans la main, partageant les ombres, les nuages et les éclats du soleil.
Je t’aime !

13 maio 2008

Sorriso


Foi a pouco e pouco que comecei a dar os meus primeiros passos, e na sombra das árvores da minha infância, aprendi a falar.

Mas foi antes de nascer que aprendi a sorrir... O sorriso é o meu passaporte para a felicidade e para o mundo. Enfeitiço quem se deixa enfeitiçar e da minha magia aparece um vislumbre do que pode ser a vida.

Expandimos o que nos corre no pensamento e deslizamos os dedos pela realidade para a transportarmos mais além.

Sente-me, meu amor, quem quer que sejas, e vê-me transformar no que serei jamais. Num beijo nunca dado, serei eu a primeira a corar e a desviar o olhar na esperança de que os meus olhos não revelem a minha inexperiência no mundo mortal.

Sou fruto da nascente que brotou de dentro de ti, sou filha do Sol e brilho em cada sopro que dás.

Transformamo-nos nos perfumes e nas imagens que a Natureza nos dá e tentamos pintá-la nos muros de graffiti.

Dou-te o meu ser, meu anjo, para que ninguém me esqueça e para que ninguém se lembre de mim.

Paradoxo ou não... Aqui estou eu a pensar em ti e a sorrir!